quarta-feira, 22 de junho de 2011

Mary e Max - A Última Carta

Cara Mary,
Segue anexa minha coleção de Noblets como sinal do meu perdão. Quando recebi seu livro, as emoções no meu cérebro pareciam estar numa máquina de lavar, se batendo uma nas outras. A dor foi parecida quando grampeei meus lábios acidentalmente. 
A razão pela qual eu a perdoo é porque você não é perfeita. Você é imperfeita e eu também. Todos os humanos são imperfeitos. Até o homem da frente do meu prédio que sua a rua. Quando era jovem, queria ser qualquer pessoa menos eu mesmo. O dr. Bernard Hazelhof disse que se eu estivesse numa ilha deserta, eu teria que me acostumar com a minha própria companhia, só eu e os cocos. Ele disse que eu teria que me aceitar com meus defeitos e tudo e que nós não escolhemos nossos defeitos, são partes de nós e temos que conviver com eles. Mas nós podemos escolher nossos amigos e eu fico feliz em ter escolhido você. O dr. Bernard Hazelhof  também disse que a vida de todos é como uma grande calçada. Algumas são bem pavimentadas e outras, como a minha, tem rachaduras, cascas de bana e guimbas de cigarro. A sua calçada é como a minha, mas, provavelmente, sem tantas rachaduras. Com sorte, um dia nossas calçadas vão se encontrar e vamos dividir uma lata de leite condensado. Você é minha melhor amiga. Você é minha única amiga.
Seu amigo virtual americano,
Max Jerry Horovitz


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Amor à Distância

Relacionamento é naturalmente difícil. É necessário compreender o outro, mesmo que você não se compreenda. É necessário paciência, mesmo quando você não tem "autopaciência". É necessário muita vontade de ambos os lados para um relacionamento dar certo. Imagine, então, se esse relacionamento é à distância e com uma pessoa que nem mesmo mora no seu país. É preciso muita confiança e maturidade para isso e, claro, amor. Mas sem amor, não existiria um relacionamento verdadeiro. 

Enfim, ter um relacionamento à distância com um estrangeiro não é fácil, principalmente por não poder ver o amado sempre quando está carente ou sozinha, quando quer ir ao cinema ou tomar um sorvete no domingo. Tem que colocar na balança se vale a pena ou não lutar pelo seu relacionamento. Em um mundo tão apressado e concorrido, é muito saudável ter alguém que queira estar com você pela sua personalidade, não pelo seu status ou aparência.

No meu caso, vale muito a pena. Tenho meus momentos de carência e necessidade de ver o namorado desesperadamente, mas a tecnologia ameniza a saudade. Internet, skype, vídeos e fotos ajudam muito a esperar pelo momento do reencontro. Sem mencionar como é compensador ter alguém que, mesmo longe, consiga dividir os momentos de felicidade, tristeza, dúvida, medo; ter alguém que se importe com o seu dia, mesmo que ele tenha sido o mais monótomo possível.

É mais difícil que um relacionamento normal, isso com certeza, mas o que me motiva é saber que algum dia nós vamos estar juntos. 
A distância fortalece o que é verdadeiro. E com a distância, aprendemos a valorizar o tempo que passamos juntos.